museu marítmo do brasil
2021
rio de janeiro | RJ
3.080 m2
concurso IAB-RJ
*parceria com
bup engenharia

O sítio peninsular do projeto sugere zonas de caráteres distintos, inerentes à morfologia do terreno. A tensão entre base e ponta, continente e mar instiga e pressupõe movimento. A certeza da terra firme contrapõe a imprevisibilidade das águas. O que há do outro lado? Travessia, por definição, é ação ou efeito de atravessar uma região e, inexoravelmente, o conceito adotado para o Museu Marítmo do Brasil. Analogamente às explorações marítimas que visavam novas descobertas, a travessia do projeto oferece ao visitante, através de uma experiência sensorial inusitada e de rico repertório historiográfico, a busca pelo novo. Movimentar-se é estímulo atemporal; foi ao mesmo tempo fundamental ao passado quanto é imprescindível ao presente.
Embarcar nas incertezas de uma nova jornada é desafiador, é escuro, mas a trajetória é, nela mesma, o destino de descobertas, de iluminação; e o seu fim aponta para a certeza de um futuro claro de infinitas possibilidades paralelas; verticais e também horizontais. É possível fazer uma travessia sem uma descoberta, mas é impossível fazer uma descoberta sem uma travessia. Sua travessia pelo Museu Marítimo do Brasil inicia aqui.
Diagrama de Conceito
Diagrama de Partido




O museu repousa sobre a reflexão. Sua base reflete e faz refletir; não é limite, é continuidade. Traz leveza, mas também robustez. Impõe-se na paisagem exuberante como uma presença respeitosa e notável; respeitando e destacando o passado e o presente. Com ares de futuro, a base reflexiva reforça o passado e reflete o presente.
Sua fachada é vela; guia e é guiada. Guia os olhares curiosos por entre seus brises e é guiada pelos inquietos ventos que trazem consigo a dinamicidade da mudança. A fachada vela; controla a luz que por ela entra. Sua verticalidade descontínua é a sua contínua horizontalidade. A fachada (RE)vela.
A envoltória da trajetória tem, na incerteza de sua forma, a certeza de poder transformar-se em outras tantas a depender da perspectiva de quem a vê.
A cada nova jornada os que nela embarcam carregam consigo a memória de outras tantas já vividas. A bagagem de cada um faz, da trajetória, infinitas experiências particulares. Vivê-la é o próprio destino. Ao final, esta trajetória perpetua-se como memória e vai na bagagem dos que embarcam na próxima. Transcorrê-la e compreendê-la pelo lado de fora, é uma forma de orgulhar-se daquilo que foi vivido em todas os seus aspectos ainda que imperfeitos.
A envoltória é a memória como respeito à história; respeito à história dos que por ela se aventuraram; mas também respeito à história de um Brasil, suas águas e suas terras. Suas curvas são mistério e descoberta; profundeza e superfície; fluidez e solidez; onda e montanha. Suas curvas são sedução; abundância e movimento; são o Brasil plural, adaptável, criativo e possível. O Brasil de tudo, tanto e todos.


Diagrama de Fluxos
Toda descoberta pressupõe uma trajetória; nem sempre linear, mas sempre com um rumo. Assim como o processo de iluminação e descoberta, o fluxo é sequencial no tempo, mas não no espaço. Suas rampas encaminham para o inesperado; subidas e descidas; idas e vindas; o aberto e o fechado; o escuro e o claro; o passado e o futuro. O espaço é também tempo. Os espaços transcorrem através do tempo; e o tempo através dos espaços.











